Pesquisador do Museu Nacional comenta situação de taxonomistas amadores no Brasil
19/11/2010

Ruy José Válka Alves, do Departamento de Botânica do Museu Nacional/UFRJ, comenta artigo da "Nature" que destaca atuação de taxonomistas amadores na Europa.

Leia a mensagem enviada pelo pesquisador ao "JC e-mail":

"Em artigo publicado na revista Nature, em 18 de novembro, Benoit Fontaine informa que, entre 1998 e 2007, mais de metade das espécies novas da Europa foi descoberta e descrita por taxonomistas amadores, destacando que esta força-tarefa formidável merece mais atenção (apoio) do Estado.

Enquanto a Europa se prepara para intensificar seus inventários de biodiversidade, reconhecendo o importante papel dos naturalistas amadores nesse processo, no Brasil eles são considerados marginais. Graças à incompreensão dos nossos órgãos destinados à proteção da natureza, o Brasil criou uma série de normas e instrumentos legais que criminalizam a atividade de pesquisa por parte de leigos e até mesmo de biólogos sem doutorado e sem vínculo institucional.

A burocracia brasileira que rege o acesso à biodiversidade para fins de estudo é absurdamente exagerada até para doutores que são funcionários de instituições renomadas.

Está mais do que na hora de se repensar essa falta de bom senso.

O artigo na íntegra está em:
www.nature.com/nature/journal/v468/n7322/full/468377a.html